Tuesday, May 15, 2007

Sinto saudades tuas. Antes podia-te agarrar. Antes éramos próximos, agora não somos muito mais do que simples conhecidos.

Sim é tudo uma questão de tempo. Ela sabia. Ele sabia. Acho mesmo que todos os que os rodeavam sabiam. Ela dizia-lhe constantemente que sabia. Ele fingia que não era com ele.
O facto dela saber deixava-a louca. À mínima coisa ela entrava em paranóia. “Eu sei que parece estranho, eu sei que olhas para mim e não percebes nada, eu sei que estás a largar, eu sei isso tudo, e sei também que já fui muito mais interessante e que tudo o que temos agora é um massacre de rotina. Sei também que por mais que tente não consigo largar esta rotina, não consigo fazer nada inovador, não me consigo mexer. Pareço desinteressante. Eu sei. Somos todos. Agora é a minha vez.”
E falavas durante horas sozinha, à espera que alguma coisa mudasse. “Porque sim eu ainda te amo. Eu ainda te quero. O meu interesse por ti ainda não desvaneceu. O que é que aconteceu ao teu por mim?”
Odeio-te.
E ela continuava a olhar para ele, à espera que ele ganhasse coragem para acabar com aquilo. Que já não era nada. Perdeu-se. Foi-se perdendo. E é horrível.Lembrares-te de como tudo era tão perfeito e de como ele fazia tudo por ti. Eu sei. Mas não posso fazer nada. Foste tu que causaste esta situação, não me diz respeito. Não me digas que acontece a todos porque sabes que não é verdade, a culpa é tua, a culpa foi tua.
Ela sabe. Ela sempre soube. E é uma merda sim.
Odeio-me.

Tuesday, May 01, 2007


Ainda estou deitada na cama sim. Acordei com o sol a entrar pelo quarto, mas não tenho coragem para me levantar e ir fechar as persianas. Fico a olhar. Nunca reconheço esta janela quando acordo. Não se ouve nada. E não consigo pensar em mais nada sem ser em ti. Se me concentrar e fechar mais um bocadinho os olhos ainda te consigo ouvir a rir, ainda te consigo ver olhar para mim. Com aqeles olhos que transmitem ao mesmo tempo um sentimento de protecção e de desejo. Como só tu consegues fazer. Aposto que nunca soubeste disto...
Este silêncio é insuportável.
Tenho saudades tuas. Tenho medo que te tenhas esquecido de mim. Não saber de ti. O que tu fazes. Eu entretanto já não tenho vontade de fazer nada. Fazes demasiada falta.
Agora consigo ouvir pessoas a falarem lá fora, mas não reconheço a língua. Não percebo nada. Estou sempre à espera que apareças aqui.

"O mundo inteiro era feito de nós dois e era bastante. O amor era a única coisa urgente, tudo o resto era adiado, não importava, ficava para depois. As aulas, os testes, tudo o que antes fazia uma vida, e não era. Se quiseres não acredites. Por vezes também não acredito. Mas foi mesmo verdade."

P.P.