"O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais; há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que eu nem mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessoa; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade… sei lá de quê!"
Florbela Espanca
Tuesday, October 24, 2006
Sunday, October 22, 2006
Como tudo deve ser.
Nunca pensei assim. De facto as coisas tem vindo a piorar. E por mais que não quisesse admitir ela sentia-se fraca, fraca de força, fraca de espirito. Não havia nada que a motivasse, que a levasse ao extremo, que a fizesse acordar no dia seguinte e pensar isto vale mesmo a pena. Nada. As mentiras, as traições, os jogos, as pessoas, nada valia a pena. E por mais que pensasse que havia quem gostasse dela, ninguém podia compreender o que ela sentia. Não era que tivesse tido uma vida extremamente infeliz,mas era uma vida até agora e principalmente no presente rotineira, sem alguém que a fizesse ver as coisas de outra forma. Faltavas tu para ela compreender. Foi assim que ela te conheceu, tímido mas ao mesmo tempo engraçado. Apareceste na altura certa. E eu nunca a vi tão feliz. As palavras certas, a altura certa, o lugar perfeito. A pessoa perfeita dizia ela. Quando te vi pela primeira vez quase compreendi o que ela via em ti, eras carinhoso para ela, olhavas para ela como nunca ninguém tinha olhado antes, não te acanhavas de a agarrar, mesmo que não percebesses o que muitas vezes ela te dizia nunca duvidaste da sua palavra. E eu admiro-te por isso. És tudo o que ela poderia sonhar.
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